terça-feira, 19 de novembro de 2013

O poema favorito

Já se vão anos, e ainda é o meu poema favorito: "Dialética", Vinícius de Moraes.

Escolhi esse poema quando alguns dos 100 segredos para felicidade dizia que você deveria decorar seu poema favorito. E assim o fiz.E tanto tempo depois, ainda o é.

Me peguei pensando nisso e num primeiro momento, fiquei triste, parecia triste. Mas depois entendi. Não é triste, é ótimo, que algo ainda me falte, pois assim por mais abençoado que seja... ainda irei procurar, me mexer, viver...

Com esse insaciável desejo de viver tudo que houver para viver.


Para entender, procure o poema... Não vou postar ele aqui assim, tão facilmente. Procure-o, aproveite, e leia outros mais, e encontre o SEU poema favorito...

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Falar consigo

Está tudo lá, onde você deixou, você mesmo sabe já que foi você quem falou. Mas esqueceu... Por um tempo, ou fugiu. São tantos fragmentos de pensamentos, que tem horas em que só o que se quer, é fugir, partir, seguir.
Somos o todo, mas também a parte. Cada uma delas. Cada pedaço de passado, cada segundo de presente e cada possibilidade de futuro.
Está tudo lá, todas as respostas, tudo. É só olhar..
Autoconhecimento? hunf! Mais fácil dizer que fazer..

O que lhe dá prazer até um macaco sabe dizer, mas se conhecer de verdade, requer muito mais transpiração que isso. Entender o quão complexo se é de verdade, encarar seus fantasmas, abraçar seus medos, e ouvir seus próprios conselhos. Aceitar seus defeitos, ouvir seus segredos, realçar suas qualidades, sem falsa modéstia, se aceitar... como se é. Sem se esconder em máscaras. Sejam elas feitas de casas novas, carros importados, livros, namorados, roupas caras ou não, jóias douradas, uma humildade fingida, ou uma sóbria embriaguez, quaisquer outras que lhe caiba usar... Se escondendo atrás das críticas feitas com falsos elogios, apontar o dedo pro vizinho, desviar a atenção de si para o funcionário atrasado. Justificar suas falhas apenas porque o outro falha mais, mente mais, suga mais, chora mais ou menos...

Olhe-se no espelho, veja tudo que está lá. Nem sempre é bonito, mas sempre beleza há. Hoje olhei para mim, e sorri. Não pelo que vi no espelho, mas pelo que estava atrás de um olhar um pouco vazio, havia luz. E reencontrei, e foi tão nítido e tão real, que é melhor lhes alertar... Saiam de óculos pelas ruas, estou hoje a brilhar como sempre, como nunca, mais ontem, menos que amanhã.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O telefone

Toca, toca, toca, toca...
#medo
Medo até de olhar, mais ainda de atender..

Estranho o poder de um simples objeto...
Uma tortura emocional.. um jeito de controlar...
Quero a notícia, não quero? ENTÃO ATENDA! Mas será que eu quero?

Toca, toca, toca...
#medo

Mais do que qualquer coisa, medo de ouvir uma verdade, medo de que SEJA verdade...
#medo

Toca, toca, toca....

Atende.

Puft.

E o pior pesadelo acontece. Quando o outro fala, do outro lado da linha, é que a gente entristece. E aquela frase a gente nunca mais esquece. Tento tirar da minha cabeça, mas parece um disco quebrado a se repetir.

Não se pode mais fingir, nem ter esperanças. Acabou! É mesmo verdade... Quando se coloca em palavras, vira realidade...

E faz tanto frio...

domingo, 3 de novembro de 2013

Alívio

Engraçado como a noite ficou ainda mais fria depois do que ela falou. Ao dividir sua dor, parece que ela se espalhou, não só por seus olhos na forma das imensas lágrimas que caíram; mas pelo ambiente, por tudo ao seu redor. Era tanta dor, tristeza, mágoa, revolta... que contagiou tudo... Mas ela estava finalmente, um pouco mais aliviada.

Inicialmente, quando tudo começou, eu tive medo. Um medo covarde, não pude dizer palavra.
Mas depois veio a compreensão.

Ela estava ali, pedindo socorro. De um jeito tão simples e com uma máscara de "está-tudo-bem" tão bem feita, projetada e ensaiada, que eu demorei, e quase não consigo ver. Em cada "está-tudo-bem" ela morria um pouco mais, sofria, chorava um pouco, e ninguém via. Afinal, estamos sempre tão envolvidos com nós mesmos que nem sequer nos importamos, é tudo tão automático, que cada um só quer seguir sua vida.
Mas e eu? Eu não devia estar lá para ela? Eu que prometi que estaria, não deveria ter visto os sinais? Fui tão relapsa que me culpo, e sofro junto. Não só pela sua dor, que também é a minha, mas por uma culpa de não tê-la suportado quando mais precisou...

 Mas hoje, finalmente percebi, talvez um pouco tarde, mas agora estou aqui. E não vou a lugar algum, não sem a levar, não sem a levantar... todas as vezes, que ela cair....