Inicialmente, quando tudo começou, eu tive medo. Um medo covarde, não pude dizer palavra.
Mas depois veio a compreensão.
Ela estava ali, pedindo socorro. De um jeito tão simples e com uma máscara de "está-tudo-bem" tão bem feita, projetada e ensaiada, que eu demorei, e quase não consigo ver. Em cada "está-tudo-bem" ela morria um pouco mais, sofria, chorava um pouco, e ninguém via. Afinal, estamos sempre tão envolvidos com nós mesmos que nem sequer nos importamos, é tudo tão automático, que cada um só quer seguir sua vida.
Mas e eu? Eu não devia estar lá para ela? Eu que prometi que estaria, não deveria ter visto os sinais? Fui tão relapsa que me culpo, e sofro junto. Não só pela sua dor, que também é a minha, mas por uma culpa de não tê-la suportado quando mais precisou...
Mas hoje, finalmente percebi, talvez um pouco tarde, mas agora estou aqui. E não vou a lugar algum, não sem a levar, não sem a levantar... todas as vezes, que ela cair....
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