quinta-feira, 16 de junho de 2011

Seis horas

Acorda atrasada, faz as unhas, atrasa-se ainda mais. Toma banho, lava o cabelo. Seca o cabelo. Troca de roupa, pensa... Troca de roupa, pensa... Troca de novo, olha... Volta pra primeira roupa, maquia. Sorri, se sente bonita, e sai.
Desencontra. Muda de ônibus, muda de festa, muda de amigos, muda de companhia. Só não muda de anseios, de vontades, de esperanças (mas deveria).

Tudo parece bem, até que tudo começa a desmoronar.

Umas bebidas, uma queda, mais bebidas para esquecer a queda... Outra queda, dessa vez, da escada. Se segura, disfarça, ri. Olha pro lado, decepção, mais bebidas e o apagão. Dopada, tirada de circulação.
Acorda no sofá, galo na cabeça e um copo na mão. Um balde vazio a frente, e não sabe onde está. 

Desespera, mas de repente tudo parece se acertar. Encontro, beijos, sorrisos. Mais beijos, palavras...e então tapas! Raiva. Vai embora...

Sobe no ônibus. Cambaleia, a outra segura. Mais uma queda e risos. Relembra o que ocorreu, comenta. Risos, gargalhadas. Caras feias. Dor.

E o resultado da noite é: 3 quedas, 1 cóccix dolorido, 1 apagão, 1 galo na testa, 2 corações partidos e mil risos...
E eis que aconteceu tudo, sem acontecer nada.

E assim é mesmo a vida, tudo lindamente horrível, e engraçadamente trágico.

2 comentários:

  1. lindo miga!
    uma vida reconstruída através dos entulhos recolhidos no chão.. sorte que embaixo dos entulhos estavam algumas folhas caídas.. e as folhas eram verdes.
    Sinal que há vida.. ;)

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  2. Que síntese de uma vida ha muito tempo vivida, que deixou saudades e que todo mundo já teve! Um tempo que valeu pelo simples fato de existir!
    Amei!
    Lindo post!
    Beijos,
    Luiza

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