- Estou com medo... - disse ela, a meio tom.
- Vá! Encare, não seja boba! O "não" você já tem! O pior que pode te acontecer é você se manter com ele! - disse a avó.
E ela saiu pela porta com uma enorme injeção de coragem, com a sensação de poder mudar o mundo. Talvez aquela tenha sido a frase mais motivacional que já tivesse recebido. E foi. De cabeça erguida. Entrou. Falou. Esperou... Esperou mais um pouco... E...
- Olha, infelizmente, você não se enq... - e o homem seguiu falando.
Mas ela já não ouvia mais nada, via apenas uma boca que abria e fechava em um ritmo estranho e desconexo. Por fora sorria, e balançava a cabeça. Mas por dentro, não havia nada. Só um som que se repetia como um eco "não", "nãO"," nÃO", "NÃO"! Quando a boca do rapaz parou de se mover, finalmente, ela se levantou, disse um "Tudo bem! Obrigada mesmo assim!" e saiu.
Saiu triste, e se sentindo um lixo, tentando lembrar das palavras da avó "o não você já tem".
Não que o conselho não fosse bom, mas acontece é que ela não tinha o "não". Ela tinha um "talvez", um covarde "talvez"... que por medo da certeza de um "não" vive se omitindo, e se poupando de situações reais, enquanto em sua mente, fantasia um "sim" florido e cheiroso...
E ela segue vivendo de "talvez" evitando as oportunidades, pelo simples medo de não sobreviver ao "não", e à rejeição que ele simboliza.
Talvez agora ela viva de "nãos", e ae o conselho da avó fará sentido, ou não.
Sei lá... "Não" é rejeição! Não, é rejeição! Não é rejeição! Não... Sei lá...
O não pode até ser aceitável,dependendo do momento,mas o talvez,ah,esse muitas vezes gera o sofrimento!
ResponderExcluirótima semana=)