segunda-feira, 18 de junho de 2012

Herança


Notei inicialmente as olheiras. Engraçado como todos nós temos olheiras fundas e escuras, mesmo com boas noites de sono... Talvez seja o sofrimento dos antepassados, vai saber, não é?! E depois, o papo. É o papo! Essa pelinha flácida em baixo do pescoço, que deixa a gente com cara de gordinho, mesmo nos mais magrinhos da família!
Os homens aqui vivem pouco, as mulheres, bem mais. Os trejeitos, a teimosia, a força de vontade, a dedicação, a fé... A mania de “segurar” o dinheiro, a superstição...

Olhando todos aqui na mesa, realmente somos parecidos. Os olhinhos pequenos são todos iguais, mas a cor não é a mesma. Nessa mesa, olhando todos os 5, experimentei uma das experiências mais incríveis e inusitadas da minha vida, entre todos esses olhos, os meus, são os únicos castanhos, todos os demais verdes-azulados, azuis-esverdeados...

E me pego em devaneio em meio ao azul do céu que não tem estrelas; pensando no que mais irei herdar. Os destinos? Talvez! As ruguinhas? Os trejeitos? As manias?

Não sei... Mas sei que vou herdar os sonhos, e os sorrisos. Para que mais vezes, o céu brilhe, sem luar!

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