segunda-feira, 11 de junho de 2012

Rompendo

- Ei, precisamos conversar. - ela iniciou a conversa.
- Não temos mais nada para falar.
- Então, o que você veio fazer aqui?
Mas ele ignorou a pergunta. E rotineiramente pegou o laptop e começou a checar seus e-mails, como sempre. Como se nada tivesse acontecido. Aquilo a enfureceu, e juntando toda sua coragem, e esmagando toda a dor:
- Se não quer conversar, não há nada para você aqui. É melhor ir embora!
Ele pareceu não entender nada. Olhou para ela com uma cara de como quem diz "Quem é você e o que fez com minha esposa?" E ficou parado fitando-a. Em um ataque de coragem, ela levantou, abriu a porta e disse um doloroso "sai". Enfurecido, ele sai pela porta em direção a rua,  desce as escadas com os passos mais pesados do mundo, mas antes se vira e grita:
- E depois não diga que eu não tentei!
Ela quase se arrependeu...pensou em gritar, mas a voz não saiu, tentou ligar, mas o celular estava preso na bolsa, tentou se mover, ir atras dele, mas as pernas não a obedeciam... Por fim... Ficou ali parada, vidrada tentando entender o que houve. Até que finalmente fechou a porta e foi para seu quarto para "digerir" o que houve.
Dor. Dúvida. Medo. Tudo junto, mas não necessariamente nessa mesma ordem. É muito duro ter que desistir de algo que a gente quer com tanta força e tamanha loucura. Mas é mais doloroso ainda conviver com uma ilusão, e se relacionar com as pessoas inventadas na nossa cabeça. Não temos obrigação de saber o que queremos, mas precisamos ter claro o que não queremos. E ela definitivamente não queria aquilo, não podia mais fingir que um dia as coisas iriam mudar, e dar desculpas para si mesma sobre ele e a maneira de a tratar. Doeu. Doi. E ainda vai doer. Mas ao menos, daqui para frente, ela sabe que é real.

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