segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Diálogos

Pela primeira vez, desde que os dois decidiram "se conhecer melhor", ele e ela saem em meio aos amigos agora oficialmente como um casal.
Em um momento já descontraído da noite, ele diz:

 - Meu bem, o que você quer comer?

" Meu bem? como assim Meu bem? " - pensa ela, se apavorando em seus pensamentos. Fica desorientada, sentindo uma mistura de medo e alegria com a demonstração tão espontânea de carinho do rapaz. E nesses segundos que parecem eternos ela pensa consigo mesma "diga alguma coisa, sua anta, qualquer coisa". E finalmente responde fingindo um ar de desentendimento, na esperança que ele repetisse o "Meu bem" que a deixou sem chão mas que de alguma maneira foi tão gostoso:

- Anh?

Ele fica calado, a demora da moça em responde-lo o faz perceber o uso do vocativo carinhoso que havia sido tão precoce. Se preocupa se os amigos o ouviram, pensa na zoação que haverá no escritório. E daí muda o tom da voz:

- Perguntei se você queria algo. - "como pude ser tão idiota, agora ela acha que eu a amo."
- Ah, não. Agora não, obrigada! - "como pude ser tão idiota, agora ele pensa que eu sou surda."

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